domingo, 10 de janeiro de 2010

Pela noite

Depois de um tempo fora das baladas, fui ao Bar do Índio no sábado para a festa Black Soul Samba. Primeira vez no novo velho Bar do Índio, que assusta porque fica na entrada da baixada hardcore da Cidade Velha, ao lado da Igreja do Carmo. Mas não teve problema, não. A cidade parece estar mais segura com mais policiais circulando pelas ruas. Uma amiga ficou preocupada com a saída, na hora de tirar o carro estacionado à Praça. Mas foi tranqüilo. “Um amiga me disse era perigoso”, contou.

Quem medo não sai de casa. O perigo está solto. Mas o que se viu na festa foi mais divertido do que assustador. 22h30 quando cheguei. O clima era de bar com mesas em volta do palco onde estavam montadas aparelhagens para discotecagem com CDs, Vinis e MP3. O som forte dos arquivos em wave e os vinis davam um clima de festa mas não cortava a liga do papo gostoso com as meninas.

A festa foi adentrando a noite e as pessoas adentrando o recinto. Nem muito crawdiado, o clima certo. Sergio Darwich me abraçou quando me viu e disse que gosta muito de mim e da minha banda “a despeito de uma matéria que você escreveu sobre o Nó Cego em 2006”. Quando ele disse isso, o HD começou a rodar tentando me lembrar quando eu “falei mal” da banda dele. “Não, você conseguiu descrever com precisão o som do Nó Cego. Mas o mais legal era que você tava bêbado”, disse ele. Alívio. “Vamos armar de tocar juntos, domingo tem show no Caverna.”

Quando os saatanicos Sammliz e Edinho chegaram, eu, LiIly e Thalita já tinhamos nos desvencilhados das cadeiras e o bar virou boate. Samm sorriu, aproveitou a festa para reecontrar amigos e contou que ia estar no dia seguinte no show do Turbo, Ataque Fantasma e Stereocope no Caverna Clube. Eddie esquentava a CDJ, enquanto as pick ups esperavam. O clima tava ficando bom mesmo. E muita gente legal chegou por lá.

Na hora que Alex Pinheiro bombava a pista misturando as cores da black music no nosso imaginário da Música Popular Brasileira com Wilson Simonal, Nação Zumbi, Mutantes, Secos e Molhados e Fellini, encontrei Marcos Sacchi, que elogiou o set do DJ. “Ele é bom! é da velha guarda, é dos melhores”, disse para ele, com vontade de dizer que na verdade Alex é foda. O melhor DJ de Belém.

Quando eu saí de lá pelas quatro e meia da manhã, só lamentava que o Bar do Índio não tivesse um segundo ambiente externo. Talvez um trapiche até bem próximo da baía, para poder captar um pouco da brisa do Guajará. Uma festa sem hype demais e com a medida certa de se divertir com música boa. E foi assim que eu não pude cumprir a promessa de tentar chegar às prévias do Grito Rock, que rolava no mesmo dia.

No dia seguinte, consegui assistir a metade do show do Stereocope no Caverna Clube, depois de perder o Turbo e o Ataque Fantasma. “Agora nós somos uma banda profissional devidamente cadastrada no SEBRAE”, provocaram os meninos depois de terem me visto. Yeaaah. Ao invés de me sentir “provocado”, senti orgulho. O som tava bom e o público também.

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