quarta-feira, 3 de junho de 2009

Adeus de Walter



Mesmo com toda a experiência e competência, Walter Bandeira sempre foi uma pessoa muito simpática e extrovertida, isso não é novidade para ninguém. Nós costumávamos encontrá-lo pelos corredores e estúdios da rádio Cultura FM quando o Norman Bates fazia por lá suas produções sonoras. Uma vez, Walter se impressionou com a pegada forte da banda em “Tanto Quanto”. Generoso, disse ficar admirado. Ao invés de desqualificar a música primal do rock, tão distante das suas interpretações emocionais e técnicas, fez elogios. Disse que ele mesmo não conseguiria fazer igual ao Norman Bates nunca, o que não tirava nossos méritos. “Preciso ter a harmonia me guiando se não eu me perco todinho. Não consigo improvisar como no rock”, disse ele.
Logo em seguida, “a bicha”, como o chamávamos carinhosamente na frente dele mesmo, como muitas vezes ele mesmo se referia a si pórprio, dava cantadas engraçadas em um dos integrantes da banda, com o que nenhum de nós nunca nos incomodávamos.
Ele se divertia recomendando às bonitas apresentadoras de TV, que faziam cursos de dicção e locução com ele, que praticassem bastante sexo oral. Ele dizia isso com termos muito mais chulos, mas com um carisma que conseguia não ofender ninguém. Walter ensinou muita gente.
Ele apurava os graves da voz com os cigarros, que acendia um após o outro, provavelmente a principal causa do câncer de pulmão que o levou a morte ontem no Hospital Porto Dias.
O Pará perdeu uma figura ilustre, simpática, talentosa e muito generosa. Nossos pêsames a família, aos amigos, e vida eterna a Walter Bandeira.

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