segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Sobre o "Imagem e Comprador"

A pouca frequência que teve o seminário "Imagem e Comprador", realizado no último sábado na Estação das Docas, parece confirmar que os produtores e artistas locais ainda não se encontram no nível de negócios que propõe o projeto da BM&A. Isso é verdade somente em parte, e torna a iniciativa da Dançum Se Rasgum ainda mais nobre e importante. Se por um lado ainda estamos engatinhando e muitos ainda não podem oferecer os "produtos" que os estranegeiros desejam, por outro, a presença de produtores e jornalistas que estão diretamente ligados ao business da nova música mundial alerta e mostra que fazer negócios na globalização não é tão difícil quanto se imagina. O que se disse durante toda a palestra não foi para muita gente uma novidade. Mais importante do que as "dicas" e conselhos, era ter acesso àquelas pessoas, que são empreendedores, como quaisquer outros, interessados em novidades que possam vingar em um mercado. A ausência de muitos importantes artistas e produtores locais é um alerta também para o Estado, que tem um papel importante em reconhecer a atividade artística como uma possibilidade econômica viável e como meio de desenvolvimento social. O Estado não pode continuar tendo uma postura tão assistencialista. Precisa incentivar o empreendedorismo artístico e para isso precisa entender como funciona o mercado. Os técnicos da Secult deveriam estar lá também. Os primeiros editais do governo (que não deixam de ser um avanço) são, também, a prova de que eles ainda engatinham nesse lado.

Nenhum comentário: